Bom dia.
Se há alguém com quem podemos aprender sobre louvor e adoração na Palavra de Deus é Davi. Praticamente metade dos cento e cinquenta salmos levam seu nome.
Pastor de ovelhas, poeta, guerreiro, rei. Tendo exercido atribuições aparentemente incompatíveis, esse era o homem segundo o coração de Deus (Atos 13.22), com o coração pronto para adorar e pronto para guerrear, se preciso fosse.
O salmo 18 marca o fim de uma das fases mais complicadas da vida desse homem. Embora Deus tivesse enviado Samuel para ungi-lo rei de Israel, Davi viveu um bom tempo se escondendo de Saul, que tentou matá-lo diversas vezes. Foram anos em fuga, com a cabeça a prêmio, sem lar, longe da família e do amigo Jônatas; tendo que se abrigar em desertos, cavernas e até mesmo entre os inimigos filisteus.
Apesar de tudo, ele jamais esteve só. Deus estava com ele, derramando luz nas suas noites escuras:
Manténs acesa minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, ilumina minha escuridão.
(Salmo 18.28)
Note a profusão de termos que Davi usa para descrever o Senhor, somente nos dois primeiros versos.
1 Eu te amo, SENHOR; tu és minha força. 2 O SENHOR é minha rocha, minha fortaleza e meu libertador; meu Deus é meu rochedo, em quem encontro proteção. Ele é meu escudo, o poder que me salva e meu lugar seguro.
(Salmo 18.1,2)
Mais do que um poema comovente, essas declarações demonstram as qualidades divinas que o poeta experimentou de Deus nos momentos mais difíceis. Não é por acaso que as primeiras palavras do salmo são: "Eu te amo, Senhor".
O Senhor se tornara sua força, rocha, fortaleza, libertador; seu Deus, rochedo, protetor, escudo e o poder que o salvou nesses tempos difíceis. Parece que faltaram palavras a Davi para descrever o que Deus significava para ele. Veja também quantas vezes ele usa o pronome possessivo "meu", "minha". Isso é mais que poesia. É o retrato da intimidade com o Senhor.
Se você fosse escrever um salmo, aliás, um excelente exercício, que palavras usaria para descrever quem Deus é e tem sido em sua vida?
Que o salmo 18 nos inspire a cultivarmos um relacionamento afetivo de confiança com Deus, a ponto de dizermos:
O SENHOR vive! Louvada seja minha Rocha! Exaltado seja o Deus de minha salvação!
(Salmo 18.46)
Se faltarem a você palavras para se expressar com o Altíssimo, recorra ao tesouro dos salmos.
"Você encontra descritos [nos Salmos] todos os movimentos da sua alma, todas as suas mudanças, seus altos e baixos, seus fracassos e restaurações."
Atanásio, 296-373
Concluo com a canção "Eu te amo, ó Senhor", de Asaph Borba, baseada no salmo de hoje:
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